quinta-feira, 9 de junho de 2016

O dia em que eu passei na auto escola [cont]

No post anterior, falei das duas primeiras etapas importantes e neste, vou para as mais legais e importantíssimas.

Etapa 3 - Simulador.
Você provavelmente vai pular essa parte se estiver fazendo carteira de moto apenas. O simulador foi implementado há pouco tempo como forma de ajudar as pessoas que nunca dirigiram um carro comum. Ele é um tipo de vídeo-game físico. Você senta em um banco de carro, a ignição é de carro, o câmbio também e os pedais se assemelham, mas o resto passa longe de ser como um carro comum. 
Sinceramente não gostei dos gráficos, nem da posição das telas do meu simulador. Eu as vezes não enxergava certas coisas e atropelava pessoas, ou batiam em mim, ou batia em outros carros... Foi um pesadelo, já que eu já tinha pegado um carro convencional antes.
E se você não se der bem com o simulador, saiba que com o carro melhora em pelo menos 50% a situação, porque o simulador parece mais rígido.
Não é uma etapa reprobatória e você precisa ter 5 aulas no simulador para passar para a próxima etapa, as aulas - pelo menos aqui em minha cidade - podem ser marcadas após o fim da última aula teórica.




Etapa 4 - Aulas práticas.
É o que todos esperam desde que dão inicio ao processo de conseguir a primeira habilitação. Eu saliento que você ouçam bem o instrutor caso nunca tenham dirigido um carro comum, peçam tantas dicas quanto quiserem, tirem suas dúvidas e tudo o mais. Em minha primeira aula, meu instrutor fez um trajeto que acabamos utilizando na maioria das aulas, ele conversou comigo, perguntou se eu já havia dirigido e etc. Eu recomendo que vocês sejam sinceros, porque ele vai avaliar como você está com mais clareza. Por exemplo: a maioria das pessoas começa a fazer baliza a partir da terceira aula, como ele avaliou minha habilidade, comecei a fazer já na segunda, porque eu dirigi muito bem na rua, e a baliza acabou sendo meu ponto mais fraco. 
Meu carro não apagou na primeira lomba, nem na primeira aula. Fiz um retorno de três pontos perfeito, mas quando cheguei na parte da baliza... Eu não conseguia decorar os pontos, passava de alguns, consegui até subir na calçada! Foi horrível e toda a vez que eu chegava para fazer uma baliza durante a aula, eu repetia "eu odeio isso, odeio" e meu instrutor dizia "não adianta, tem que fazer, melhor não reclamar". Confesso que ele teve de ser bem paciente comigo as vezes, eu não vi algumas placas de pare, fui impaciente e ansiosa muitas vezes e ele serviu como um psicólogo.
Me acalmou na última aula antes da prova, disse que eu tinha 99% de chances de passar e só não passaria por causa de meu nervosismo, caso não o controlasse. E ele estava certo. 
No dia da prova, eu entrei no carro, tirei da vaga e cuidei todos os pontos da baliza. Puxei o freio de mão quando estacionei e quando o instrutor da prova me mandou sair da vaga, apaguei o carro. Fiquei extremamente nervosa a partir dali e fiz tudo errado: pisca, o jeito de sair, o jeito de voltar à vaga... Foi um desastre total. Saí do carro em choque, mas eu já tinha noção de que aquilo aconteceria, afinal eu me conheço.
Encontrei alguns amigos e vi que a reprovação é comum na primeira vez, principalmente para pessoas nervosas, então me senti mais tranquila. Depois de reprovar, você precisa esperar - pelo menos aqui no meu estado - no mínimo 15 dias para realizar a prova novamente. Mas eu fiquei meses sem voltar lá, com vergonha de ter reprovado e voltei depois do fim do semestre na universidade.
Marquei duas aulas com o mesmo instrutor, ele me deu mais dicas, eu não apaguei o carro, fiz a baliza com mais tranquilidade, cuidei os pontos que eu já sabia de cor, relembrei algumas regras... E uma semana depois, minha prova estava marcada.

O dia D.
Aquele dia eu fui confiante. Cheguei e respirei fundo: meu não eu já tinha conseguido, era hora do sim. Eu fui a primeira a ser chamada, fiquei um pouco nervosa, mas muito menos do que da outra vez. Me ajeitei no carro, arrumei os espelhos, o banco, coloquei o cinto, respirei fundo e liguei o carro. Dei os piscas certinho, saí da vaga, fiz a baliza em menos de três minutos (você tem até quatro minutos para finalizá-la) e saí da vaga para estacionar o carro e puxar o freio de mão. A instrutora da vez perguntou se podia entrar, se ajustou e me mandou partir com o carro. Eu fiz tudo muito certo, como um robô, até chegar na hora da lomba. Ela me disse para estacionar um pouco acima do que eu estava acostumada, mas eu estacionei. Enquanto fazia a manobra, um carro de auto-escola passou na minha frente e quando tive de sair, fiquei atrás dele na lomba. Segurei o carro, tive de parar e andar três vezes e quando eu finalmente ia conseguir sair da lomba, minha perna que estava tremendo apagou o carro. Eu pensei: cheguei tão longe, eu vou passar! 
Liguei o carro novamente, olhei para os dois lados e fui, rapidamente. Passei as marchas, liguei o pisca até quando não precisava e terminei a prova. Perdi dois pontos por ter apagado o carro (você pode perder até 3), mas passei. Eu passei a semana sem acreditar, tanto que não contei para ninguém porque não lembrava de nada! Hahahaha. Meu sonho tinha sido realizado, que coisa melhor do que isso?! 

Beijos,

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