quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Sobre ser você mesma e confiar...

Em meados de 2008, com o falecido Orkut e a minha descoberta de outras coisas além do Google e jogos na internet, eu comecei a aprender a me relacionar com outras pessoas, virtualmente e na vida real. Com algumas pessoas o papo não passava do tal “e as novidades?”, com outras a coisa se desenvolveu tanto que mantenho contato até hoje.
Acontece que eu as conheci por meio de um fake (também chamado de perfil falso, onde você finge ser outra pessoa) e a amizade acabou por se tornar real. Mas e quando isso não acontece? E quando a nossa única alternativa é sermos nós mesmos?
Não que eu tenha mentido sobre mim o tempo todo, ou que tenha fingido ser outra pessoa cem por cento do tempo, mas é que, por eu não precisar ficar prendida a mim mesma, a pessoa que eu sou todos os dias acabou por se evidenciar mais em mim. Toda aquela coisa de fake, na verdade, era eu.
A partir do momento em que eu não me senti obrigada a ser a pessoa que eu tinha nascido, a ter outra imagem, a poder falar o que pensava sem medo de ser feliz – ou de ser reconhecida – eu me libertei e aprendi que a pessoa que eu mais devo temer sou eu. Só eu posso me privar de minhas palavras, só eu posso ficar retraída ao conhecer alguém, só eu tenho que me esforçar por mim.
E com esta descoberta, descobri também que sou uma ótima amiga, porém eu só consigo ‘ser eu mesma’ com as pessoas, quando eu as conheço o suficiente. E eu só descubro que aquela pessoa é minha amiga de verdade quando eu consigo contar coisas que eu nunca disse para ninguém, quando eu confio nessa pessoa.
Não sei se isso é uma exclusividade de ‘Helena’, ou se mais pessoas têm essa dificuldade de confiar em outras pessoas, mas eu sou assim e me aceito assim.
Aprendi que quando você consegue confiar em alguém e ser você mesma, essa pessoa passa a gostar mais de você. E que quando você mostra confiar nela, essa pessoa vai automaticamente confiar mais em você. Mas e como chegar a este equilíbrio? Como conseguir passar confiança e confiar? Como ser você mesma?
Isso leva tempo, paciência e prática. Mas no final vale a pena, ainda que eu não tenha descoberto a fórmula.




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